domingo, 14 de abril de 2013

Qualidade da Água para Consumo Humano em Portugal



«Pensamos ser nosso dever afirmar que a venda de água a preços elevados não serve os interesses da saúde pública. O abastecimento de água limpa em abundância, a um preço acessível a todas as bolsas, constitui uma das medidas mais importantes para a promoção da saúde de qualquer comunidade.»
Conselho de Saúde da Carolina do Norte, 1898


O Setor de águas em Portugal, materializado através dos serviços de abastecimento público de água às populações, de saneamento das águas residuais urbanas é sem dúvida fundamental na sociedade portuguesa, e como pode ser observado na imagem seguinte o mesmo tem revelado uma evolução bastante positiva nos últimos 20 anos.




Hoje em dia não é possível falar de um verdadeiro desenvolvimento do País sem ter em conta a necessidade de dispor destes serviços de forma generalizada em todo o território e com uma aceitável qualidade de serviço.

Em 1993 apenas cerca de 50% da água era controlada e revelava boa qualidade, em 2011 este indicador atingiu o valor de 98%, conforme consta do relatório anual sobre o “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano”, publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

De acordo com o disposto no número 1 do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º306/2007, de 27 de Agosto, a ERSAR, enquanto autoridade competente para a qualidade da água de consumo humano, elabora um relatório técnico anual com base nos resultados enviados pelas entidades gestoras.

As melhorias verificadas na qualidade da água são sustentadas por um exigente controlo acompanhado por um crescente rigor na aplicação da legislação pelos diferentes responsáveis (ERSAR, entidades gestoras, autoridades de saúde e laboratórios.)

Para isso as entidades gestoras em alta e baixa devem reunir todos os esforços para que a qualidade da água para consumo humano seja garantida e a mesma deve ser objeto de cuidados permanentes e adequados, pois o consumidor tem o direito de receber, na sua torneira, água em condições de ser consumida sem riscos para a sua saúde, 24 horas por dia, 365 dias por ano.

A EMAS enquanto entidade gestora em baixa tem por objetivo a gestão e exploração dos sistemas públicos de captação, tratamento e distribuição de água para consumo doméstico e outros. 


A gestão dos sistemas públicos de distribuição e tratamento de águas influência diretamente a qualidade de vida das populações, assim como a saúde pública, por isso é um setor de atividade de extrema importância.


Assim sendo é necessário que haja um acompanhamento, assim como uma renovação e diversidade de conhecimentos técnicos necessários para que se garanta a qualidade da água distribuída.


No âmbito deste estágio contactei com esta realidade participando no controlo operacional realizado pelos colaboradores da EMAS no sistema de distribuição de água para consumo humano de Vale de Russins.


Na medição do nível da água num furo a mesma é feita através de uma fita métrica em que assim que a mesma toca na água emite um sinal sonoro.

Um dos processos de tratamento utilizados para tratar a água é o de microfiltração.

Assim a substituição de filtros é um dos procedimentos que também faz parte do controlo operacional, o mesmo é feito com uma periodicidade semanal.

Estes filtros tem o objetivo de reter partículas em suspensão na água, por isso mesmo são utilizados dois filtros  de microns diferentes, um com uma malha mais separada de 75 microns e outro de  malha mais separada de 50 microns. 

Um processo de tratamento que nunca deve ser descurado é a desinfeção, para isso o desinfetante utilizado é o hipoclorito de sódio. 

É feita uma solução desifetante  numa tina de preparação de reagentes. 

De  seguida esta solução de desifetante é injetada numa conduta de água  através de uma doseadora e depois essa água vai para o reservatório de água tratada.

No final é  medido o cloro livre com o auxilio de um colorímetro.


Fotos desta atividade


Foto 1 : Medição do nível da água num furo

Foto 2 : Substituição de filtros

Foto 3 : Tina de preparação de reagentes 

Foto 4 : Medição de cloro livre


Fontes: 
- Decreto-Lei n.º306/2007, de 27 de Agosto , http://dre.pt/pdf1sdip/2007/08/16400/0574705765.pdf
- Relatório do Desenvolvimento Humano, Água para Consumo Humano (2006), http://hdr.undp.org/en/media/03-Chapter2_PT1.pdf

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