Consumo de água de fontanários não ligados à rede pública
Segundo a Revista Água e Ambiente, estudos do Instituto Nacional de Saúde e da DECO dão conta de um panorama de risco nos fontanários públicos nacionais.
A contaminação bacteriológica é frequente o que pode causar problemas gastrointestinais a quem beba dessa água.
O estudo "Consumo de Água de Nascentes Naturais - um problema de saúde pública" desenvolvido pelo Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge indica que o principal risco para a saúde associado à contaminação da água são as doenças infecciosas.
Estas podem ser causadas por bactérias, vírus, protozoários ou parasitas.
Relativamente à contaminação da água para consumo humano por elementos ou compostos químicos o mesmo estudo indica que está associada a toxicidade a longo prazo, resultante de processos de bioacumulação de compostos não assimilados pelo organismo.
Assim, segundo o artigo 16º do Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto atribui às entidades gestoras a competência do controlo da qualidade da água de fontanários não ligados à rede pública de distribuição que sejam origem única de água para consumo humano.
No caso dos fontanários não serem origem única de água para consumo humano e que os mesmos não sejam integrados no Plano de Controlo da Qualidade da Água (PCQA), as entidades gestoras devem colocar placas informativas de água não controlada ou de água imprópria para consumo humano.
A EMAS como entidade gestora não inclui qualquer fontanário do concelho de Beja no PCQA, uma vez que nenhum dos fontanários não ligados à rede pública de distribuição de água do concelho de Beja constitui origem única de abastecimento de água para consumo humano.
Desta forma a EMAS procedeu à instalação em todos os fontanários não ligados à rede pública de distribuição de água do concelho de Beja de placas informativas de água não controlada (imagem 1).
Estas placas informativas tem o intuito de informar os consumidores que a água não é alvo de qualquer tipo de tratamento nem controlo realizado pela entidade gestora, sendo por isso um risco à saúde pública.
Como futura Técnica de Saúde Ambiental este é um assunto que deve ser trabalhado junto das populações, uma vez que as mesmas continuam a beber água de fontanários.
Ao longo deste estágio em todas as sessões realizadas no âmbito do projeto heróis da água este assunto era tema de conversa. O objetivo da mesma foi o de sensiblizar os alunos que ao beberem água de fontanários estavam a por em risco a sua saúde.
No entanto, ouvi muitas frases usadas como justificação para o consumo dessa água, do tipo,
"A minha avó sempre bebeu dessa água e nunca lhe fez mal.", "eu sempre bebi dessa água e nunca me fez mal", foram as frases mais ouvidas.
Ainda assim fiz o meu melhor para que os mesmos venham a alterar esse comportamento, mas sinto que ainda há muito a fazer.
Desta forma as entidades gestoras assim como outras entidades devem-se organizar e tomar outro tipo de alternativas para que o consumo deste tipo de água seja cada vez menor.
Fontes:
- Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto, http://dre.pt/pdf1sdip/2007/08/16400/0574705765.pdf
- Consumo de Água de Nascentes Naturais - um problema de saúde pública, http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/Publicacoes/Outros/Documents/SaudeAmbiental/Folheto_Cons_Agua_Nasc_Naturais.pdf
- Fontanários: a ameaça escondida, http://www.clipquick.com/Files/Imprensa/2011/10-01/3/1_1650915_CED525244D12924B4CCE08AABB63C5B2.pdf
Sem comentários:
Enviar um comentário