Smartshops um perigo para a saúde pública
Visto a
smartphones nos últimos meses terem sido motivo de noticia nos meios de
comunicação social, assim como tem sido uma preocupação de várias
entidades, achei pertinente colocar um post com excertos de noticias e comunicados
recentes sobre este tema. Pois considero que este tipo de lojas estão a pôr em
perigo a saúde dos portugueses, principalmente dos jovens.
A loja inteligente (ou smartshop ) é um estabelecimento de retalho especializada na
venda de substâncias psicoativas, geralmente incluindo drogas psicadélicas, bem
como livros relacionados com este tipo de substâncias. O nome deriva do nome “drogas inteligentes”, uma classe de
medicamentos e suplementos alimentares destinados a efetuar melhorias cognitivas
que muitas vezes é vendido em lojas inteligentes.
Segundo a agência Lusa, a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) efetuou nos últimos dias operações em ‘smartshops’
em todo o país.
Na mega operação desencadeada em todo o país em lojas de
venda de substâncias psicoativas legais, conhecidas por ‘smartshops’, a ASAE instaurou um
processo-crime e 26 de contraordenação.
No total foram apreendidas cerca de 62.000 unidades de
produtos, nomeadamente fertilizantes, incensos e suplementos alimentares, num
valor aproximado de cerca de 735 mil euros. No âmbito destas ações de
fiscalização foi detida uma pessoa.
De acordo com o Serviço de Intervenção nos Comportamentos
Aditivos e nas Dependências (SICAD), antigo Instituto da Droga e da
Toxicodependência (IDT), a rapidez com que surgem novas substâncias psicoativas
cada vez mais perigosas para a saúde e segurança dos consumidores no mercado
europeu e nacional, cria dificuldades no controlo legal adequado por parte dos
Estados Membros.
Segundo o organismo, “esta situação permite que produtores e
distribuidores destas substâncias se aproveitem das fragilidades dos mercados e
das legislações em vigor para se afirmarem e comercializarem as mesmas,
iludindo os mecanismos de controlo, restrição ou penalização”.
“Estas
novas substâncias psicoativas só podem ser consideradas “legais” até que os
procedimentos que conduzem à sua ilegalização estejam concluídos, procedimentos
que, por norma, são demasiado morosos. A União Europeia, através dos seus
órgãos e serviços, tem tentado, desde 1997, através da implementação de
mecanismos específicos detetar e alertar os países membros sempre que surgem
novas substâncias. No entanto, ainda nenhum Estado Membro conseguiu produzir
legislação completamente eficaz”, acrescenta o SICAD, citado na nota da ASAE.
Na
opinião do mesmo responsável, “não se pode perder mais tempo, é necessário
imprimir grande rapidez à resolução desta questão”.
Atualmente há cerca de 40 lojas que comercializam este tipo de
substâncias, que são vendidas legalmente como fertilizantes de plantas e até
com a indicação escrita de que não se destinam a consumo humano.
No entanto, nas “smartshops” os próprios vendedores dão indicações
aos clientes de como utilizarem estes produtos para efeitos psicotrópicos.
De acordo com João Goulão, a venda em lojas de porta aberta e a
orientação ao consumo que é dada pelos vendedores criam a falsa ilusão de
segurança nos consumidores.
“Mas os riscos podem ser ainda maiores [do que nas drogas ilegais]
por se tratar de substâncias cujos efeitos desconhecemos em profundidade”,
avisou o presidente do IDT, instituto que passará a designar-se por SICAD –
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
Apesar de serem ainda uma pequena parte de todos os problemas
ligados à adição, o consumo das drogas vendidas nas “smartshops” está a crescer
e começa a criar “alarme social”.
“É ainda um pequeno problema, mas está a crescer e temos que tomar
medidas. Estamos na fronteira da legalidade e é importante que as coisas sejam
clarificadas”, alertou João Goulão.
Alguns países têm tentado criar legislação que permita controlar o
consumo destas “drogas legais”, mas surgem muitas vezes dificuldades técnicas e
que esbarram no quadro constitucional.
Em parte, as dificuldades devem-se à produção muito acelerada
destas substâncias, que são parentes muito próximas de outras sujeitas a
controlo e consideradas legais para outros fins que não o consumo humano.
«Este é um fenómeno novo, para o qual a sociedade
não estava preparada», nota Félix Carvalho, investigador do Laboratório de
Toxicologia da Universidade do Porto, que colaborou no processo legislativo da
Madeira. «É urgente mudar as leis. O potencial de perigo é demasiado elevado»,
avisa.
Ainda não se sabe quase nada sobre os efeitos
destes produtos no cérebro», avisa Félix Carvalho. O que se sabe, é que, «no
mínimo, pode haver falência no sistema cardiovascular, nos órgãos periféricos e
até morte».
“Estamos a procurar uma proposta viável que caiba no quadro
constitucional para enfrentar de uma forma mais decidida este fenómeno. Podemos
tentar fazer uma classificação por grandes grupos de substâncias, uma vez que a
tipificação do crime só é rigorosa quando se identifica a substância em
concreto”, explicou à Lusa João Goulão.
Enquanto decorre o processo legal para uma possível criminalização
da venda destas substâncias, o responsável admite que possa ser criado “uma
espécie de uma lista de quarentena administrativa não criminal” que permita a
atuação das forças policiais e da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica) “em nome da defesa da saúde pública”.
“A ASAE como autoridade nacional de fiscalização para as matérias
versadas vai continuar a estar atenta às atividades desenvolvidas por estes
operadores económicos, intervindo sempre que se justifique na defesa da saúde
pública e na segurança dos consumidores”, explica António Nunes, Inspetor-Geral
da ASAE.
“Não se pode perder mais tempo. É necessário imprimir grande
rapidez à resolução desta questão." acrescenta Francisco George,
Diretor-Geral da Saúde.
Como futura Técnica de Saúde Ambiental, é um tema que deve ser
começado a ser trabalhado nas escolas juntamente com outros profissionais envolvendo
também os próprios encarregados de educação, com o objetivo de sensibilizar os
jovens para os efeitos na saúde que advém do consumo destas substâncias.
Fontes:
-RCMpharma, http://www.rcmpharma.com/actualidade/saude/12-11-12/asae-fiscaliza-smartshops-e-apreende-mais-de-165-mil-euros-em-produtos-il
- Comunicado ASAE/DGS/SICAD sobre Smartshops, http://www.dgs.pt/?cr=23293
-RCMpharma, http://www.rcmpharma.com/actualidade/saude/12-11-12/asae-fiscaliza-smartshops-e-apreende-mais-de-165-mil-euros-em-produtos-il
- Comunicado ASAE/DGS/SICAD sobre Smartshops, http://www.dgs.pt/?cr=23293
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